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Como investir na Bolsa de Valores? Será que é só para os endinheirados?
O terceiro artigo do Guia de Investimentos traz no passo a passo completo, tudo sobre Renda Variável. Conceitos e aplicações.
Para você saber como investir na Bolsa de Valores de maneira independente e sem sair do conforto de sua casa.
Você já ouviu falar de investimentos em Renda Variável, suas aplicações e como investir? Ainda não?
Então pare de perder tempo e vamos aprender tudo sobre como investir na Bolsa, nesse guia que preparei especialmente para você!
Sumário
O que é Renda Variável?
A Renda Variável é uma modalidade de investimento mais arrojada, arriscada, robusta e rentável se comparada à Renda Fixa.
Sendo esta influenciada por diversos fatores, que podem tanto elevar como decair a rentabilidade dos investimentos que estão agregados a ela.
Desse modo, os ativos da Renda Variável são aqueles negociados no pregão (Bolsa de Valores – B3), que por si só representa um mercado de risco.
Investimentos de Renda Variável
Ações
Para entender como investir na Bolsa de Valores, temos de falar em ações.
Estamos nos referindo a menor parcela do capital social ou título patrimonial de uma Empresa, que concede direitos e deveres de sócios para aqueles que a obtém.
Para que você entenda melhor, vejamos o exemplo abaixo:
Digamos que uma determinada empresa vale atualmente R$5.000,00, porém o objetivo dela é crescer cada vez mais.
Para tornar isso possível ela decide colocar à venda na Bolsa de Valores 1000 ações, com valor de R$5,00 cada.
Logo, os investidores que não tem acesso a bolsa, recorrem às Corretoras de Valores para poder visualizar as ações e poder comprá-las.
Assim que ações são adquiridas a empresa consegue o dinheiro para se erguer e se tudo der certo, crescer, o que levará a sua valorização.
Obs.: Dependendo do tipo de ação comprada, o acionista recebe alguns direitos com relação à empresa na qual investiu (como veremos no tópico abaixo).
TIPOS DE AÇÕESOrdinárias (ON)
Quem investe em ações do tipo ON tem direito a voto nas assembleias dos acionistas.
Vale deixar claro que para tornar seu voto relevante é necessário que você tenha uma grande quantia de ações desse tipo.
Preferenciais (PN)
As ações Preferenciais são aquelas que concedem preferência no recebimento de dividendos, que são os lucros que a empresa compartilha com seus acionistas.
Duas coisas que devem ser levadas em conta na hora de escolher entre as ações ON e PN é o valor que você deseja investir e também as classes que esses 2 tipos de ações têm.
Obs.: As classes dessas ações podem conceder diferentes direitos relacionados aos benefícios que estas apresentam.
Portanto, é imprescindível que você leia o Estatuto da Empresa para saber as diferenças.
E assim decidir em qual investir dentro da Bolsa de Valores.
POR QUE AS AÇÕES FAZEM PARTE DA RENDA VARIÁVEL?
A explicação para essa pergunta é bem simples. As ações tem seu valor ou cotação baseado em diversos fatores, que incluem:
- Desempenho da empresa;
- Expectativas dos investidores;
- Perspectivas de Lucro;
- Projeções dos analistas de mercado;
- Liquidez das ações e outros.
Dessa forma, não é possível saber quanto renderá uma ação, já que são muitos os fatores que influenciam no seu valor.
Logo, elas não só fazem parte como também são conhecidas por representar a Renda Variável.
MERCADO DE OPÇÕES
As Opções são contratos em que se negociam direitos de compra e venda de um ativo-objeto, por um preço (chamado de strike) e período pré-determinados pelo comprador e vendedor.
Veja 2 bons exemplos sobre Opções abaixo:
Exemplo 1: Opções de Compra (conhecida como Call)
Imagine que você quer comprar um apartamento e encontrou um do seu interesse, mas não tem a certeza de compra.
Para não perder essa oportunidade de compra futura, você dá uma quantia em dinheiro para o proprietário, que por sua vez tem a obrigação/dever de “segurar” o apartamento pelo tempo combinado.
Assim que esse tempo for passando, você poderá decidir melhor se quer aquele apartamento ou não, já que adquiriu o poder de comprá-lo futuramente.
Exemplo 2: Opções de Venda (conhecida como Put)
Suponhamos que você quer ter o direito de vender algo que acredite que pode se desvalorizar futuramente, como um automóvel, por exemplo.
Para conseguir isso, você contrata um seguro para o seu carro e paga um valor anual para poder vendê-lo pelo preço de tabela caso ele esteja em más condições ou desvalorizado.
Como o acordo de pagamento (que você efetuou) obriga a Seguradora a comprar o seu carro quando você decidir que é hora de vendê-lo, não importa o estado do automóvel, o valor inicial dele voltará para suas mãos.
Na bolsa de valores os Contratos de Opções funcionam da mesma forma que nos exemplos.
Sendo que o valor dado como garantia para a compra ou venda futura é comumente conhecido como prêmio.
Entretanto, um fato interessante é que, quando temos a Opção de Compra, o comprador é chamado de titular (que é o pagador do prêmio) e o vendedor é o lançador (que é obrigado a vender o ativo-objeto e recebe o prêmio).
Enquanto que na Opção de Venda, os papéis se invertem. O vendedor passa a ser o titular (que paga o prêmio) e o comprador se torna o lançador (que recebe o prêmio e é obrigado a comprar pelo preço estipulado).
O que é o Ativo-objeto?
O Ativo-objeto é o bem negociado em um contrato de Opção. Alguns exemplos comuns de bens negociados são:
- Ações;
- Índices;
- Moedas
Curiosidade sobre as Opções
Para aqueles que não sabem, dentro do mercado financeiro as opções são conhecidas como um tipo de Derivativo, pois seu preço deriva das variações do Ativo-objeto.
FII – Fundo de Investimento Imobiliário
Existem outras formas de como investir na Bolsa de Valores. Uma bastante interessante são os FII’s.
Um FII (Fundo de Investimento Imobiliário) é formado por investimentos feitos em ativos imobiliários.
Os investidores de FIIs compram cotas, ou seja, pequenos pedaços com valores iguais, que se somados formam o patrimônio total do Fundo.
Esse tipo de investimento é bem interessante, já que um Gestor administra o Fundo de forma estratégica (que garante uma boa rentabilidade) e os custos são divididos entre os cotistas.
Além disso, este pode ser considerado um meio de aplicar em ativos imobiliários de maneira mais barata.
Tipos de Fundos Imobiliários
Existem diversos tipos de FIIs, mas para facilitar a sua vida, estes são divididos em 2 categorias, que veremos abaixo:
Fundos de Tijolo
A característica principal dos Fundos de Tijolo é o foco em imóveis comerciais, ou seja, o investimento em aluguel, aquisição e construção dos mesmos.
Dentre os empreendimentos presentes nos Fundos de Tijolo se encontram:
- Prédios Comerciais;
- Armazéns/galpões;
- Hospitais;
- Universidades;
- Centros de Distribuição;
- Shoppings;
- Agências Bancárias.
Note que nesse tipo de fundo, o interesse principal é a venda e o aluguel de imóveis, para receber renda e distribuí-la entre os investidores a cada mês.
Fundos de Papel
Nos Fundos de Papel o investimento se dá de forma diferente: estes são voltados para ativos imobiliários como CRI, LCI e cotas de outros FIIs.
Desse modo, podemos dizer que os Fundos de Papel são mais seguros. E assim como em outros investimentos, os rendimentos se dão pelos dividendos e juros.
Isenção de Imposto de Renda
Para pessoas físicas há isenção de IR sobre o rendimento somente quando as 3 condições abaixo forem cumpridas:
- As cotas do FII devem ser negociadas apenas na bolsa de valores;
- O Fundo deve ter ao menos 50 cotistas;
- O investidor deve ter até 10% das cotas do fundo.
Caso contrário, a tributação ocorre normalmente.
Incidência de Imposto de Renda
Já falando daqueles que lucraram com o FII – seja por rendimentos que o Fundo pagou ou pela valorização das cotas na Bolsa – haverá tributação de 20% do Imposto de Renda (IR).
FUNDOS DE AÇÕES
Os Fundos de Ações se enquadram nos Fundos de Investimento e por isso, tem os recursos (patrimônio) alocados de forma estratégica por um Gestor em ações da Bolsa.
Dessa forma você deve escolher atentamente (sempre observando a estratégia do Gestor), já que as ações precisam de uma análise mais profunda.
Se você não sabe, esse Fundo tem duas taxas que os cotistas devem pagar:
- Taxa de Administração: cobrada pelo Gestor para cuidar dos investimentos e patrimônio do Fundo;
- Taxa de Performance: cobrada pelo Gestor quando uma meta é batida (esta serve de incentivo para ele atingir metas de rentabilidade maiores).
Uma regra definida para os Fundos de Ações é que pelo menos 67% dos investimentos devem ser direcionados para ações.
Incidência do IR
O Imposto de Renda é cobrado em Fundos de Ações quando o investidor realiza a venda das cotas (com as quais ele obteve lucro). A alíquota cobrada sempre será a de 15%, independentemente do tempo do seu investimento.
Entretanto, se o investidor não obtiver lucro e sair no prejuízo, o IR não será cobrado.
Tipos de Fundos de Ações
Se você acha que acabou por aí, saiba agora quais são os tipos de Fundos de Ações para se investir na Bolsa de Valores:
- ATIVOS
- INDEXADOS
- ESPECÍFICOS
- INVESTIMENTO NO EXTERIOR
Obs.: Abordaremos mais a fundo sobre os tipos de Fundos de Ações em outro post.
ETFs
Os ETFs (Exchange Traded Funds – Fundo negociado em Bolsa) consistem em pacotes de ações que aparecem em algum índice da Bolsa (como o Ibovespa).
Quando falamos em ações que estão em um índice, estamos nos referindo àquelas que são muito negociadas.
Basicamente, os ETFs funcionam como um Fundo porque você investe neles por meio de cotas e também porque os seus investimentos procuram replicar o índice que usam como referência.
Incidência do IR
Se você está pensando em investir em ETFs, não deve se esquecer de que há incidência do Imposto de Renda, com alíquota fixa de 15% sobre o lucro/rendimento.
Porém, se a cota da ETF for comprada e vendida no mesmo dia, a alíquota passa a ser 20%.
Obs.: As ETFs possuem taxas de administração assim como os demais Fundos de Investimento.
MERCADO FUTURO
O Mercado Futuro é um ambiente em que são negociados Contratos Futuros (de Compra e Venda) e apesar de ter essa semelhança com o Mercado de Opções, ambos possuem suas diferenças.
Dentre os ativos/produtos que mais se negociam nesse mercado estão:
- Boi Gordo;
- Milho;
- Dólar;
- Café;
- Índice Bovespa.
Mas se você pensa que a compra e venda desses é o que constitui um contrato futuro, está totalmente enganado.
Na verdade, estes contratos garantem o direito a variação dos preços destes produtos/ativos no mercado. Portanto, o direito que você exerce é o de receber a variação e não o ativo-objeto em si.
Como funcionam os Contratos Futuros?
Os Contratos Futuros – investimentos de Renda Variável – são negociados somente na Bolsa de Valores e tem suas variações e ajustes diários de acordo com a demanda e oferta dos mesmos.
E claro, você pode vendê-los a qualquer momento de forma rápida, o que lhe garante uma liquidez elevada.
Tenho que declarar Imposto de Renda nas operações com Contratos Futuros?
A resposta para essa pergunta é: SIM! Você deve declarar o IR na alíquota de 15% sobre o lucro líquido.
Entretanto, se você realizar operações DayTrade (compra e venda no mesmo dia) deve se atentar, porque a alíquota usada muda para 20%.
- Saiba mais sobre os Contratos Futuros clicando aqui
CÂMBIO
Investir em Câmbio se tornou muito comum ultimamente. Essa é uma prática adotada por várias pessoas para ganhar dinheiro com a valorização de moedas estrangeiras.
Obs.: A compra ou venda realizada com duas moedas distintas é o que constitui o Mercado de Câmbio.
Como se dá o investimento em Câmbio?
Para investir em Câmbio, você pode optar por trocar seu dinheiro nos locais autorizados pelo Banco Central (como agências de turismo, por exemplo) pela moeda desejada – que geralmente está em fase de valorização.
Muitas vezes as moedas usadas para troca, são o dólar e o euro. Mas vale lembrar que a cotação no dia é o que definirá quanto você receberá naquele momento.
A segunda opção que você pode encontrar para ganhar com o Câmbio é o investimento em:
- Minicontratos de câmbio;
- Fundos Cambiais;
- Operações Forex.
DERIVATIVOS
Os Derivativos nada mais são do que instrumentos financeiros cujo preço deriva de um ativo-objeto.
Sendo assim, este enquadra as operações dos seguintes mercados:
- Mercado de Opções;
- Mercado Futuro;
- Mercado a Termo;
- Swap
O Risco da Renda Variável
A Renda Variável é a dona das flutuações, variações e mudanças constantes nos investimentos que compõem o seu repertório.
Assim, é difícil você saber com total certeza a rentabilidade final dos seus investimentos.
Na maioria dos casos, o problema está nas atitudes do investidor, que pela pressa no recebimento acaba perdendo tudo.
Logo, é preciso entender que a Renda Variável é menos arriscada para quem investe no longo prazo.
Ela possui sim, uma rentabilidade maior se comparada a Renda Fixa, mas pode ser muito arriscada para iniciantes.
E é por esse motivo que, quem entende do assunto aconselha que sejam feitas análises e pesquisas sobre os ativos dela.
Como investir na Bolsa de Valores: Passo a Passo
Agora que você conheceu os principais tipos de investimentos de Renda Variável e entendeu o seu risco, está na hora de aprender a investir nela sem erro.
Então vamos para o nosso passo a passo de como investir na Bolsa de Valores!
1° PASSO: Escolha uma Corretora de Valores
Esse é um passo muito importante, já que as Corretoras são o único meio de chegar à Bolsa através da internet.
2° PASSO: Faça sua conta e transfira dinheiro para ela
No site da Corretora escolhida faça a sua conta gratuitamente, preenchendo todos os dados e acesse-a assim que estiver liberada para uso.
Depois disso, você deve transferir a quantia desejada para a sua conta da Corretora. Lembre-se de que as operações de transferência devem ser feitas ou em DOC ou TED (verifique as exigências da Corretora quanto a isso).
3° PASSO: Escolha o investimento
Aqui você tem que ser bem decidido. A sua escolha é o que influenciará no seu futuro financeiro. Portanto, decida com cuidado, sempre analisando o investimento.
Para saber como escolher o melhor investimento para você, eu ofereço um treinamento online que vai fazer de você um investidor.
4° PASSO: Acesse o Homebroker no site da Corretora
No 4° passo, você terá duas opções. Se você, por exemplo, escolheu a Corretora Rico e quer investir em ações, você pode emitir a ordem de compra na área que verá na foto abaixo.
Ou você pode fazer isso pelo Homebroker (o que é mais complicado, mas não impossível).
5° Passo: Como proceder no Homebroker
Se você escolheu outro investimento e não tem ideia de como proceder no Homebroker, relaxe, porque vou explicar tudo.
Primeiramente, você deve saber o nome do papel (título) que deseja comprar.
Então se você quer ações da Petrobras, ou cotas de algum FII bom, por exemplo, você deve pesquisar (na internet mesmo) o nome deles.
No caso de uma ação da Petrobras, o nome que você colocaria no Homebroker seria PETR3 (ON) ou PETR4 (PN).
Após ter achado o nome do ativo, você deverá colocá-lo na barra de pesquisa da sua carteira virtual. Como mostrado na imagem abaixo (que é do Homebroker da Rico).
Quando o “OK” for dado, o ativo aparecerá na sua carteira virtual e você verá no canto esquerdo da tela alguns ícones em verde, azul e laranja.
Esses ícones não estão aí por acaso. É através deles que você encontrará informações complementares sobre o ativo e poderá também comprá-lo ou vendê-lo.
A tarefa seguinte é bem simples. Você deve clicar na lupa em laranja (lembrando que é para clicar naquela que se encontra ao lado do ativo escolhido).
A partir daí aparecerá uma tela cheia de informações sobre o ativo. Mas como esse não é o principal você deve clicar em “Ofertas” dentro dessa mesma tela.
Dicas de compra:
Obs.: As ordens de compra e venda que você verá na tela são as que foram emitidas por quem quer comprar e/ou vender aquele determinado ativo.
Digamos que depois disso, você gostou do preço (unitário) daquela oferta do comprador (que se localiza no canto direito).
Então, a coisa vai ficando mais simples e você só precisará clicar no ícone “C” daquele que mais te interessou.
Na mesma hora, abrirá uma tela denominada “Ordem de compra”. Quando isso acontecer você deverá preencher os dados como mostrado na imagem abaixo.
E por último, quando tudo estiver certo (quantidade, preço unitário e validade da ordem preenchidos), basta clicar em “Enviar” e pronto, agora é só esperar.
Como na imagem acima, a dica é você colocar o valor um pouco abaixo do que o vendedor do ativo pede. Se ele pedir R$100,00 por uma ação, coloque R$99.
Obs.: Se a sua ordem de compra for enviada e o vendedor do ativo não a aceitar, a mesma é cancelada e o dinheiro continua com você.
- Ficou com dúvida? Veja este vídeo
Conclusão
Se você leu até aqui, parabéns! Você já não é mais tão leigo assim.
Agora você já sabe como investir na Bolsa de Valores, sem sair de casa!
Realmente, a Renda Variável é um assunto que tira o fôlego de qualquer um.
Mas é para isso que estou aqui: para te ajudar a desvendar tudo sobre os investimentos!
E mais importante que isso – o meu compromisso com você, a minha missão, é fazer a sua vida ter uma Virada Financeira positiva.
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